A Rua do Aljube (1896) 📷 Arquivo e Biblioteca da Madeira - Museu de Fotografia da Madeira - Atelier Vicentes 📷 |
Além da Sé, que a acompanha em grande parte da extensão, a rua é sobretudo comercial, aliás, como o foi em grande parte da sua história.
Dispõe de uma unidade hoteleira, a Albergaria Catedral, e lojas emblemáticas como a Zara, o Celeiro e a Portugália. Existe igualmente o Banco Santander.
Lojas emblemáticas de comércio tradicional, como o Balão Vermelho, a Maison Blanche, a Londrina, e a Chapelaria da Moda, já não existem.
Em 1945 esta rua passou a ter uma ligação entre a Rua João Gago e sucessivas ruas até ao Largo dos Varadouros.
Historicamente, deve o seu nome a uma cadeia, realidade que a maioria dos residentes que nela passam nem devem saber o seu nome a um Aljube, que significa prisão, uma prisão ligada eclesiástica.
A Rua do Aljube e a Travessa da Sacristia (entre 1936 e 1945). 📷 Arquivo e Biblioteca da Madeira - Museu de Fotografia da Madeira - Atelier Vicentes 📷 |
Segundo o historiador Rui Carita, a instalação ocorreu na segunda metade do século XVI . Explica que o aljube se situava na área que veio a ser o Largo João Gago (que hoje será o Largo de Gil Enes e a Rua de João Gago) e na rua que ficou o nome que hoje conhecemos. E mais refere que o aljube servia de cárcere a quem não fosse possível deter de outro modo.
Acerca desta matéria, o Ilucidário Madeirense, publicou que quando os eclesiásticos tinham seu foro privativo, tinham também suas prisões ou cárcere especial, o tal Aljube.
Refere igualmente a publicação que o lugar de aljubeiro ou carcereiro do Aljube do Funchal foi criado por D. Sebastião, por alvará de 6 de julho de 1562. Daí apontar que, desta época, ou pouco anterior a ela, se deve contar a criação do Aljube, que existia já em 1834.
Mais acrescenta que durante as lutas políticas entre miguelistas e constitucionais e por ocasião das alçadas que então vieram a esta ilha, estiveram muitos sacerdotes presos no Aljube, por motivo das suas inclinações partidárias, seguindo alguns deles para o Limoeiro e presídios de África.
Rua engalanada para ver o Rei D. Carlos I de Bragança e rainha D. Maria Amélia de
Orleães (23.6.1901) |
O aljube do Funchal ficou a dever-se ao bispo Jorge de Lemos, num edifício comprado a 5 de março de 1562, a Mendo Ornelas de Moura.
Por essa altura, foi ampliada a cerca da sé, para norte, e montadas as escadas no edifício. Segundo o historiador, a autorização camarária para ser feita na rua do concelho a escada do aljube aconteceu a 15 de abril de 1562.
Registaram-se prisões de condenados por crimes diversos, como mancebia e prostituição.
O aljube veio abaixo nos finais do séc. XIX.
Existem fotografias de 1870 onde é possível ver o velho aljube.
A Rua do Aljube tem cerca de 116 metros.